A vulvoscopia compreende um exame magnificado (ampliado) da vulva e das regiões adjacentes com o uso de um aparelho colposcópio e reagentes especiais, como ácido acético a 3% e 5%, pode- se usar azul de toluidina (teste de Collins) e a solução de iodo(teste de Schiller).
Sendo assim, avaliado toda região íntima da mulher, como o monte de vênus, grandes lábios, pequenos lábios, sulcos interlabiais, clitóris, região vestibular, prepúcio do clitóris, região perineal, perianal e os sulcos genitocrural.
Qual é a função do exame de Vulvoscopia?
A principal função desse exame é avaliar as lesões induzidas pelo HPV, em especial,a Neoplasia Intraepitelial Vulvar(NIV) e fazer o diagnóstico diferencial entre outras doenças que mimetizam estas.
Quais doenças, lesões pode revelar o exame de Vulvoscopia? Quais as principais?
O exame de vulva é multidisciplinar, através dele conseguimos diagnosticar inúmeras patologias, como:
- lesões decorrentes de várias doenças cutâneas específicas;
- DSTs;
- repercussões locais de doenças sistêmicas (como o diabetes mellitus); urinária ou cervicovaginais;
- lesões traumáticas e neoplasia, benignas ou malignas.
Com isso, o exame de vulvoscopia é indicado para complementar a colposcopia , mas principalmente, para analisar com mais propriedade na região em casos de queixas das pacientes.
Patologias diagnosticadas durante o exame de vulvoscopia:
- Infecções virais(.Lesões HPV induzidas , herpes, molusco contagiosos).
- Doenças pré-malignas e malignas da vulva.
- Doenças auto imunes como líquen, psoríase, vitiligo e doença de behçet infecções bacterianas(cancro, furunculose).
- Doenças sexualmente transmissíveis e entre outras.
Quais são as DSTs mais comuns que o exame ajuda a diagnosticar?
A principal que o exame ajuda a diagnosticar, são:
- infecções HPV induzidas;
- lesões de herpes;
- lesões sifilíticas
É um exame que revela o HPV?
Através do exame de vulvoscopia conseguimos diagnosticar lesões induzidas pelo vírus do HPV.
O que é o HPV. Como se manifesta e como tratar?
O HPV é o vírus DNA da família Papilomaviridae, surgido há cerca de 100 milhões de anos.
A princípio, o HPV possui muitos tipos, sendo os tipos 6 e 11 como sendo de baixo risco oncogênico e causam sobretudo verrugas genitais, já os tipos 16, 18, 31, 33 são considerados de alto risco oncogênico.
Bem como, a infecção por HPV é um processo viral simples, autolimitante, que alcança 80% dos indivíduos sexualmente ativos em algum momento da vida, mas apenas uma minoria desenvolverá lesão precursora e menor ainda será o número de mulheres portadoras de câncer cervical.
Esse fato decorre exclusivamente da interação entre o vírus e seu hospedeiro.
Ou seja, depende do sistema imunológico de cada paciente, mesmo nos casos em que o vírus persiste no organismo, onde uma pequena parcela irá desenvolver lesões associadas e em último caso, o câncer de colo uterino.
Sintomas do HPV
Na mulher, o principal sinal e sintoma indicativo de HPV é a presença de verrugas, que também são conhecidas como crista de galo.
Outros sintomas de HPV na mulher são:
- vermelhidão local;
- ardor no local da verruga;
- coceria da região genital;
- formação de placas com verrugas.
De antemão, apesar de ser mais frequente na área mais externa da região genital, as lesões do HPV precisam ser investigadas na região interna da genitália feminina através do exame de colposcopia.
Por isso, o meio mais efetivo de se prevenir a infecção pelo vírus é através da vacinação.
Vacinação:
Hoje no Brasil temos 2 vacinas disponíveis, a bivalente, que protege contra o HPV 16 e 18; e a tetravalente, que protege contra os subtipos 06,11,16 e 18.
Desde já, o ideal é que a vacina seja aplicada antes do contato inicial com o vírus, por isso a indicação de se vacinar meninas e meninos a partir dos 9 anos.
Entretanto, a vacinação é tão importante que mesmo aqueles que já entraram em contato com o vírus devem se vacinar.
Muitas pacientes adentram o consultório com o questionamento em relação ao tratamento do HPV, oriento que iremos tratar as lesões que o vírus causa e desta maneira mandaremos uma mensagem ao sistema imunológico para que ele auxilie no tratamento e seja capaz de eliminar o vírus do hospedeiro.
Alguns tratamentos usados são:
- aplicação de ácido tricloroacético(ATA);
- cauterização elétrica com bisturi;
- uso de imunomoduladores;
- laser CO2;
- cirurgia de alta frequência, entre outros.
Nesse sentido o tratamento escolhido dependerá do tipo de lesão causada pelo vírus e do local de acometimento.
Qual a diferença entre colposcopia e vulvoscopia?
A colposcopia é um exame visual especializado do trato genital inferior (colo uterino, vagina), em que se utiliza o colposcópio- aparelho semelhante a um binóculo que possibilita a visualização dessas áreas com aumento que varia de 6 a 40 vezes.
No entanto, a colposcopia é indicada principalmente para mulheres que apresentam alteração no exame de Papanicolau e é através do exame de colposcopia que podemos descobrir alterações causadas pelo vírus do HPV, que não são vistas a olho nu, e desta forma conduzir de forma adequada cada caso.
Como são realizados os exames:
O exame é realizado com a paciente em posição ginecológica, introduzido o espéculo vaginal, em seguida realizado aplicação do ácido acético e posteriormente a solução de lugol.
Desta maneira, produzindo reações nos tecidos examinados, com maior clareza ,na presença de alterações dos mesmos e podendo assim indicar o local adequado para realizar biópsia dirigida pela visão do colposcopista.
O material colhido através da biópsia será encaminhado ao médico patologista e assim, conseguimos um diagnóstico mais fiel das alterações encontradas no exame.
Já a vulvoscopia, avalia toda região externa da genitália da mulher, não necessitando introduzir o aparelho de espéculo vaginal e podendo levar ao diagnóstico das doenças acima citadas.
Estes exames devem ser feitos com que frequência? São pedidos na gravidez?
O exame de vulvoscopia é realizado anualmente em pacientes sem queixas, durante o próprio exame físico no consultório, ou mais vezes a depender do diagnóstico inicial de cada doença acometida pela região avaliada.
Além disso, pode ser realizado durante o período gestacional, pois muitas pacientes só terão a oportunidade em colher exame de Papanicolau durante o pré natal, desta maneira, sendo indicado avaliar a paciente como um todo.
Pois sabidamente algumas doenças se manifestam com mais facilidade durante o período gestacional, devido alteração do sistema imunológico e favorecimento de algumas doenças.
Contudo, se for identificada alguma anormalidade, pode ser realizada biópsia sem risco ao bem estar materno-fetal e com frequência os exames são repetidos após o parto para determinar se o tratamento ainda é necessário, pois muitas alterações leves desaparecem.
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